Tudo o que você precisa saber para parar de lutar contra a ansiedade
- Denise Públio
- 23 de nov. de 2024
- 4 min de leitura
Já teve a sensação de que a ansiedade está tomando conta da sua vida? Parece que ela chega, e, por mais que você faça, em vez de ir embora, ela só cresce. Isso é frustrante, não é? Mas, e se eu te dissesse que o problema não está em sentir ansiedade, mas na forma como nos relacionamos com ela? No post de hoje, vamos entender como a maneira que lidamos com a ansiedade pode ser a chave para parar essa luta constante e encontrar mais paz.

Primeiro, é importante entender que a ansiedade é uma emoção humana – assim como a alegria, o medo e a tristeza. Ela tem uma função muito importante: nos alertar sobre situações da vida. Por exemplo, quando sentimos alegria, é um sinal de que algo bom está acontecendo. Quando sentimos medo, é porque existe um perigo iminente. Já a ansiedade? Ela surge para nos mostrar que algo pode ser ameaçador ou incerto, e nos prepara para agir.
Parece difícil de acreditar, não é? Porque, convenhamos, ninguém gosta de sentir ansiedade. Mas já parou para pensar em como seria uma vida sem ela? Talvez você ache que seria ótimo, mas veja este exemplo: imagine-se caminhando sozinho em uma rua escura à noite. O que acontece? Seu cérebro começa a criar cenários, talvez um assaltante, talvez alguém querendo fazer mal. E o corpo reage: seu coração acelera, você começa a andar mais rápido, se prepara para se defender.
Agora, essa ansiedade é um problema? Não! Nesse caso, ela está cumprindo exatamente o papel dela: te proteger. O problema ocorre quando, no nosso dia a dia, sentimos a mesma ansiedade, mas em contextos onde não existe uma ameaça real.
Por exemplo, quantas vezes você já ficou rolando o feed do Instagram e, de repente, se sentiu mal por ver outras pessoas aparentemente mais felizes, mais bem-sucedidas ou mais realizadas que você? O seu cérebro, então, interpreta isso como uma ameaça. Ele começa a funcionar como se você estivesse em perigo, assim como naquele cenário da rua escura. Mas, aqui, não há perigo real.
Então, qual é o problema? O problema não é a ansiedade, mas sim o como lidamos com ela. Em vez de simplesmente reconhecê-la e seguir em frente, muitas vezes entramos em conflito com ela, o que a faz crescer ainda mais.
Aqui está um detalhe curioso sobre a ansiedade: quanto mais tentamos controlar ou fugir dela, mais ela se intensifica. Quando dizemos a nós mesmos "não quero sentir isso", nossa mente automaticamente foca ainda mais no que estamos tentando evitar. Esse é o efeito autointensificador da ansiedade.
Imagine que você está na piscina tentando manter uma bola de praia debaixo d'água. No início, até parece que está tudo sob controle, mas logo seus braços começam a cansar, e, de repente, a bola sai com muito mais força. Esse é o efeito de tentar "empurrar" a ansiedade para longe – ela só volta mais forte.
E o que acontece quando lutamos contra a ansiedade? Isso pode levar a transtornos como transtorno de ansiedade generalizada, crises de pânico e agorafobia. Esses problemas não surgem por causa da ansiedade em si, mas por causa da luta constante contra ela, algo que, no fundo, é completamente natural e não deveria ser visto como um problema.
Agora, é aqui que entra a aceitação – mas não do jeito que você pode estar imaginando. Aceitar a ansiedade não significa se conformar com ela e viver à mercê dela. Aceitar é parar de lutar contra ela. Quando paramos de lutar, damos espaço para focar no que realmente importa em nossas vidas.
Pense na sua mente como um palco. A ansiedade pode ser um ator nesse palco, mas ela não precisa ser a estrela do espetáculo. Outros atores, como coragem, amor e valores, podem dividir o palco com ela, sem que a ansiedade roube toda a cena.
Um ótimo exemplo disso é o filme Divertida Mente – se você lembra, o problema da personagem não era a ansiedade em si, mas o momento em que a ansiedade tomou o controle do painel de controle da mente dela. Isso é o que precisamos evitar.
Agora, como podemos lidar com a ansiedade na prática? Uma dica é mostrar para sua mente que não há ameaça real. Algumas práticas simples podem ajudar:
Observe a sua respiração: concentre-se no ato de respirar profundamente.
Nomeie o que está sentindo: "Ah, lá vem a ansiedade, mas está tudo bem."
Dialogue consigo mesmo: diga algo como "Isso é apenas uma sensação, e não uma verdade."
Lembre-se: a ansiedade não dita regras, ela apenas sugere possíveis cenários. Quando ela aparece, é como se estivesse oferecendo um cardápio de pratos. Mas você não precisa escolher todos os pratos que ela sugere! Você pode avaliar as opções e escolher qual delas realmente faz sentido para a sua realidade. Você não é obrigado a seguir todas as sugestões da sua mente.
Eu gosto de pensar que a ansiedade traz uma mensagem: algo importante está em jogo. Quando sentimos ansiedade, é porque algo ou alguém é significativo para nós. A ansiedade não aparece por nada – ela é um sinal de que estamos investindo em algo que tem valor. Se usarmos isso a nosso favor, podemos aprender mais sobre o que realmente importa para nós.
Se você está se perguntando como seria viver com menos ansiedade, eu posso te dizer que é totalmente possível. A ansiedade não precisa ser um problema – ela pode apenas ser mais uma emoção que você aprende a gerenciar. Quando você para de lutar contra ela e começa a se focar no que realmente importa, a vida fica muito mais leve.
E se você está tendo dificuldades, não hesite em procurar ajuda de um psicólogo. Aceitar a ansiedade não significa deixá-la dominar, mas fazer as pazes com ela. Quando fazemos isso, podemos viver com mais coragem e compromisso com o que realmente importa para nós.
Então, está pronto para parar de lutar contra a ansiedade? Se você gostou desse conteúdo, curta, compartilhe com quem você acha que pode se beneficiar, e nos vemos no próximo post! Até mais!
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