top of page
Buscar

Como a rigidez e o medo nos afasta do que amamos

  • Foto do escritor: Denise Públio
    Denise Públio
  • 23 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura

Você já se pegou adiando algo que ama fazer porque acha que não está bom o suficiente? Ou, ao começar uma nova atividade, a pressão de ser perfeito logo se torna maior que o prazer de criar? A sensação é que, quanto mais você tenta se dedicar, mais a ansiedade e o medo crescem. Hoje, quero compartilhar uma reflexão sobre como a rigidez e o medo podem nos afastar do que mais amamos fazer — e como podemos transformar isso.




Já parou para pensar como a diversão pode desaparecer quando começamos a colocar regras rígidas em algo que antes era leve? Imagine que você tem um hobby ou uma paixão — algo que te trazia alegria e prazer. De repente, você começa a associar essa atividade com metas grandes: "Preciso ganhar dinheiro com isso", "Preciso ser reconhecido", "Preciso ser o melhor". O que antes era um prazer agora se torna uma obrigação. E aí vêm as comparações: "Eu não sou tão bom quanto fulano", "Preciso melhorar para me destacar".


Muitas vezes, colocamos em nossa cabeça uma ideia de como as coisas devem ser feitas. Criamos regras internas, como: "Preciso ser perfeito desde o começo", "Preciso ser o melhor", "Não posso cometer erros". Essas regras nos afastam do que realmente importa: aproveitar o processo e aprender ao longo do caminho.


Por exemplo, durante meu trabalho com mulheres que tinham medo de dirigir, percebia que o maior obstáculo delas não era o medo de acidentes, mas a rigidez das regras internas. Muitas vezes, elas se colocavam metas impossíveis, como "Não posso cometer erros no trânsito", ou "Preciso me sentir segura o tempo todo". Quando começavam a se comparar com motoristas mais experientes, se viam incapazes. Mas, aos poucos, percebemos que, na verdade, até motoristas experientes cometem erros. O que importa é aprender com esses erros e seguir em frente.

Ou seja, ser flexível consigo mesmo é fundamental para continuar evoluindo e se divertindo no processo.


Embora a comparação possa ser útil em alguns momentos, ela se torna um problema quando começa a nos paralisar. Olhar para o outro e se comparar com a "versão idealizada" de quem já domina uma atividade pode nos fazer sentir pequenos e incapazes. "Eu nunca vou chegar nesse nível", pensamos, e a pressão para ser perfeito toma conta.


Isso acontece com frequência: começamos a fazer algo por prazer, mas a comparação nos faz entrar em uma competição invisível, onde o prazer de criar ou praticar aquilo desaparece. Se você se vê nesse ciclo, saiba que você não está sozinho(a). O segredo é lembrar que o seu processo é único e, ao se comparar, você perde a oportunidade de focar no que realmente importa para você.


Outro erro comum é achar que "só vou voltar a fazer isso quando me sentir confortável", ou "se eu estou me sentindo assim, é sinal de que isso não é para mim". Mas, na verdade, o desconforto é parte do processo de crescimento. Ele é inevitável. Quando nos deparamos com algo novo, sempre haverá um certo nível de ansiedade ou insegurança. Mas isso não significa que devemos desistir ou esperar até que tudo esteja perfeito.


O desconforto não é inimigo — ele é sinal de que estamos saindo da nossa zona de conforto e nos desafiando. Em vez de fugir dele, devemos aprender a lidar com ele. Se, por exemplo, você tem medo de expor seu trabalho nas redes sociais, que tal começar devagar? Publique algo pequeno, sem a pressão de ser perfeito. Gradualmente, você vai se acostumar com a sensação e o medo vai diminuir.


Uma das grandes armadilhas da rigidez é a procrastinação. Quanto mais exigimos de nós mesmos, mais a ansiedade aumenta, e, como uma tentativa de alívio, acabamos adiando o que precisamos fazer. Mas, em vez de pressionar para dar um grande passo logo de cara, a solução é começar pequeno. Em vez de pensar "preciso escrever um livro", comece com um parágrafo. Em vez de querer correr 10 km, corra 1 km.


A chave para vencer a procrastinação está em dar o primeiro passo, por menor que ele seja. Não se cobre para ser perfeito, apenas comece e deixe o tempo e a prática fazerem o resto.


Se você está se sentindo sobrecarregado(a), ansioso(a) ou paralisado(a) pela pressão de ser perfeito, lembre-se de que o mais importante é o que você está fazendo e o que isso significa para você, não o resultado imediato. O desconforto faz parte do processo, assim como a comparação é natural, mas o que não pode acontecer é deixar de fazer o que realmente te traz prazer.


Então, na próxima vez que sentir a pressão de ser perfeito ou a procrastinação tomando conta, seja gentil consigo mesmo. Comece de forma pequena, sem tanta rigidez, e permita-se errar. A vida é feita de pequenos passos e é isso que te leva a crescer, a se desenvolver e, principalmente, a se divertir no caminho.


Se você se identificou com essa reflexão, que tal começar hoje? Dê o primeiro passo para fazer o que ama, sem tanta pressão. Se esse texto fez sentido para você, compartilhe! E lembre-se: a vida é feita de pequenos momentos significativos. Aproveite-os!

 
 
 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page